Rui Orlando é nome que já ecoa na memória auditiva de múltiplos ouvidos portugueses desde, pelo menos, 2019. Foi nesse ano que editou o seu álbum de estreia, 100%, disco que conta com um dos seus mais célebres temas, "Me Leva Contigo", canção que lhe abriu portas ao público português graças à participação de Bárbara Bandeira numa nova versão do single.
Entretanto, o promissor artista cedo amadureceu, causa e simultaneamente consequência do seu desenvolvimento potenciado por encontros com referências maiores da música angolana, como são os casos de Paulo Flores e Matias Damásio por excelência. E Luna, EP que editou em 2021, deu-lhe esse arcaboiço para, no ano seguinte, dar o salto para o seu segundo longa-duração a solo.
Consagração, título do seu último trabalho em nome próprio, diz tudo. A evolução e, sobretudo, a maturidade na descoberta da sua identidade artística são notórias nesse trabalho que, apesar do statement preambular, se revela leve na forma e descomprometido no conteúdo.
É com essa energia palpável de quem faz o que mais gosta que Rui Orlando se distingue. E o caminho que se avizinha, já a bordo da Virgin Music Portugal e com "Espera Por Mim" em particular evidência, projecta um horizonte risonho nessa direcção: música sobre assuntos sérios — os do coração, por maioria de razão —, mas doseada no equilíbrio ideal entre a carga do sentimento e a leveza da sua expressão.
Universal Music | Foto:D.R.
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